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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Shadows and Angels

I see shadows, my love.
Good and bad
Light and heavy
Dark...
And a good kind of dark.
And this one I want more.
I want the shadows to make us invisible
Cause you're the only one who sees me.
And I want you so badly
Like I never did

Angels, come.
Take us far away
To where the birds can sing
And the shadows are those of the sun
And candles at night
We can visit another time
And other worlds
In the books that we'll share
Dream and reality
Daydream, fantasy

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

So close and so far

My eyes meet your eyes
Our hands hold each other sometimes
And although I like the way you speak
Why are our mouths so far from each other?
Why can't our lips also meet?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

You torture me with the pleasure of your presence. I can't stop thinking about you. I can't stop willing to be with you. The seconds, just the seconds I stay in your eyes are precious.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sobre as Nuvens


Lia olhava fixamente para o teto naquela madrugada de quarta-feira.  Havia acordado mais cedo que o normal, tivera um sonho estranho e muito bonito. No sonho ela estava cavalgando. Isso por si só não era estranho. Mas ela estava cavalgando no ar.  E o cavalo puxava um balão. No balão, um casal de bailarinos dançava.
Ela apreciava a cavalgada aérea, a paisagem, o vento, sentindo-se completamente livre e feliz. Por vezes olhava para trás para espiar os bailarinos dançando. E depois de certo tempo, à altura em que estavam, a dança era o que estava mais perto dela e era a única coisa que ela poderia observar com atenção. Então Lia decidiu virar-se de costas no cavalo e se deitar sobre ele, apoiando a cabeça em seu pescoço.
Era de se esperar que ela caísse com o balanço da cavalgada, estando deitada e sem nada para segurar firmemente, mas havia um equilíbrio surreal que a impedia de se preocupar com uma possível queda. E ela sempre confiara em cavalos, embora não ficasse tão solta a ponto de se deitar sobre eles enquanto eles correm.
Deitou-se sobre o cavalo como se deitasse sobre um divã, mas não se enganava, acariciava-o sorridente enquanto os observava. O casal dançava lindamente. Penduravam-se pelas bordas, giravam, moviam-se livremente, apesar do pouco espaço. E a dança estava cada vez mais bonita e mais intensa. Eles se olhavam fixamente e dançavam com paixão. Parecia que um só cérebro comandava aquela dança, tão sincronizado era o improviso. Mesmo quando fechavam os olhos.
Lia estava cada vez mais admirada e emocionada. Foram poucos os espetáculos que a fizeram devorar uma cena assim com tanta voracidade. Ela sentia que era uma parte dela que estava ali, e a queria de volta. Queria estar ali. Queria dançar com eles. Queria dançar como eles. Queria alcançar aquela flexibilidade que, somada à força, a permitiria fazer o que quisesse com o seu corpo. E poderia estar nas nuvens, estando onde estivesse.
Chegou um certo ponto em que os movimentos um do outro se completavam tão perfeitamente e seus corpos estavam de tal forma unidos que eles se transformaram, fundindo-se num só corpo. E este novo ser estava de pé, olhando fixamente para Lia, deixando-a sem ar.
Lia acordou, embora não quisesse. Não tinha sido um pesadelo. E ela queria conhecê-lo. Afinal, o que ele era? Ela queria saber se tinha doído transformar-se em um só.
Ela pensou na dança. “É assim que se deve dançar. Os bailarinos devem ter entrosamento. Para ser perfeito, eles devem dançar como se fossem um só.” Ela pensou, “Aliás, o amor também deveria ser assim.”
A essa hora o quarto estava sendo inundado por uma luz alaranjada. O sol estava nascendo. Lia decidiu que era um bom momento para sair e ver esse espetáculo. Sua cama não era a única que a chamava.
Lá fora ela tentou fazer com que a luz solar clareasse mais os seus pensamentos. Tentou se lembrar do rosto do bailarino, o resultado final. Era uma mistura, ela não sabia. Tentou se lembrar da cor dos olhos, que a fitaram com tanta intensidade. Não conseguiu.
Lembrou-se da cor dos cabelos. Eram pretos. Destacavam-se na claridade do céu, das nuvens, da pele. Eram também lisos e volumosos, indo até um pouco acima dos ombros. E, ironicamente, era a única coisa que via com clareza.
Olhando para o céu, ela se lembrou da sensação que era voar em cima de um cavalo. Curiosamente, ela não sonhou com um cavalo alado. “Cavalgar também é bom.”, pensou. E, como a terra era o que ela tinha no momento, resolveu visitar Roxy, a égua que tinha ganhado de sua avó em seu aniversário de 16 anos, e chama-la para uma cavalgada. Estavam juntas há quase dois anos agora.
Lia cumprimentou Roxy acariciando seu pescoço e dando-lhe um beijo no topo da cabeça, que a égua tinha abaixado para cumprimenta-la. “Vamos dar uma volta, minha pequena?”, Lia chamou, embora ela fosse pequena, e não a égua.
Enquanto preparava sua égua para a cavalgada, ela dizia “Tive um sonho lindo hoje, Roxy... Você nunca me deixou cair não é mesmo?”.
“É uma boa égua, mas você sempre cavalgou muito bem.” Lia se virou assustada pela voz. Ela achou que fosse a única com duas pernas ali naquele instante. E quando se virou, ela viu... Um par de olhos – obviamente acompanhados de um corpo, mas ela se fixou nos olhos – que olhavam bem dentro dos seus. E Lia pôde ver a cor deles, que oscilava entre azul e cinza. E ela se lembrou das nuvens, embora as do sonho estivem brancas, e lembrou-se do azul do céu, lá no alto...
Os cabelos não eram negros como os do bailarino (e também como os dela mesma). Aliás, ela sabia, nem era um bailarino que estava ali. Não era um bailarino, mas com certeza era alguém que poderia dançar com ela. Talvez não ali. Talvez não naquele momento. Mas seria fascinante. Como cavalgar sobre as nuvens.
"Simplesmente escreva, não tenha escrúpulos nas palavras, elas são tuas."

Suspeitei desde o princípio...

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Mystery

What about telling you a little secret? I don't usually do this. I like the mystery. But you are mystery. And I don't see judgement in your eyes. I see acceptance, patience. I like it. - I like you.
May I say I'm happy? You make me think, you make me feel. And now you know it. A bit of it.
I'm taking this to another way. I was talking about something else. But the fact is that I feel good. But "good" is a word so simple... I don't know.
I don't wanna talk about you. I'm afraid I go too far. I don't know if it's love. I just know it feels good.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O Outro


Dias atrás eu tive uma aula realmente interessante, até especial. Nós continuamos a discutir o conto “O Búfalo” de Clarice Lispector, e a professora passou elementos e etapas de interpretação, entre eles a psicanálise.
Ela falou da coexistência, que nós coexistimos em sociedade. E falou da questão do “outro”, dizendo que buscamos no outro o que falta em nós – a mulher do conto, no caso, buscava um sentimento que ela não tinha. A busca pelo estranho que parecia já ser parte dela.
A professora começou dizendo que às vezes a gente gosta de alguém e não sabe por que gosta. Às vezes a gente se aproxima de uma pessoa e não sabe por quê. Isso me agrada. E esse gostar, essa aproximação espontânea da qual ela falava despertou algo em minha memória.
Prestando atenção ao que ela diz, às vezes me lembro de outras coisas, faço associações, me lembro de frases que sintetizam o que foi dito. Nem sempre posso dizer tudo, ou acabaria interrompendo.
Enquanto ela falava sobre o outro, ter o outro como espelho, eu me lembrei de um texto que eu escrevi há mais de dois anos e pensei “É exatamente isso. O que ela está falando, tem tudo a ver.” E eu tremia, ansiosa para falar. Mas não era o tipo de tremor por causa do nervosismo que os alunos sentem ao falar para a professora e para toda a classe. Não, não era. Era um tremor vindo da necessidade que eu tive de me expressar. Senti-me assim em alguns momentos, não exatamente pela vontade de me expressar, mas porque algo havia me tocado por dentro, me lembrando de algo que me faz bem. Um tipo de prazer proporcionado apenas pela arte.
Enfim eu levantei a mão e ela me permitiu a fala, e eu falei o texto que estava na minha cabeça.
Olhos negros me encontram.
Gentis, me chamam.
Seus movimentos são suaves,
me atraem, me cativam.
Fazem de mim um espelho,
recebendo e propondo.
Juntos, criamos.
Sem me tocar, me toca.
Me embala numa doce canção de ninar.*
Eu disse, olhando em seus olhos escuros, profundos e, por vezes, impenetráveis. Ela que, assim como quem inspirou o poema, tem olhos escuros que contrastam com sua pele clara.
Quando terminei, ela me respondeu “Bonito. Qual o autor?”.
Se eu me senti uma escritora nesse momento? Não, imagina...
Bem, a verdade é que eu sorri, lisonjeada (e um pouco surpresa) e respondi “É meu”.

*Espelho

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Autor Mágico


Várias vezes, ao ler um livro, eu senti como se o autor pudesse me observar, ver as minhas reações ao ler suas palavras, saber o que eu sinto, o que eu penso. Era como se um pedacinho do autor estivesse em cada exemplar de seus livros, e ele pudesse nos observar, nos conhecer.  Seria uma troca justa, porque eu vejo um pouco dele, mas ele não vê nada de mim, simplesmente não me conhece. E muitas vezes eu gostaria que houvesse essa troca.
Isso só mudou quando eu li o livro publicado do meu ex-professor, Leôncio Benedito de Souza.  Às vezes, ao mudar de página, eu me deparava com a foto dele na orelha do livro, e me lembrava dessa sensação. E era muito estranho porque eu o conheço e ele me conhece. Quer dizer, ele existe, é real, ele é uma pessoa, assim como eu... mas com um livro publicado.
E eu pensava “Eu sei que ele não está me vendo. Não pode estar em vários lugares ao mesmo tempo. Ele tem uma vida, e neste exato momento pode estar em qualquer lugar, longe daqui”

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sectumsempra

You got it. You made me wish to reward you for all my tears, with Sectumsempra. Do you know what it is? No, you don’t. I had never felt so vindictive. You arouse the worst in me. 
image
See this? You get me worse than that. It’s not my body. You hurt my soul, break my heart, stain my spiritCrucio is not enough for it. You have to bleed, like I cried, because of you.
I don’t know if I want you dead, or alive to torture for your sins. Because nothing is how it has to be. Everything is so wrong. I don’t belong you. And you don’t belong me.
But no, I don’t want you to die. You couldn’t have changed me at this level. I Just want our ways to separate FOREVER. I just want to look at you and only feel shame for the poor soul and hopeless life you have.
I’m not what you make of me. That’s the reason I suffer a lot. I’m an iceberg for you, but you don’t know well not even the top of the surface. You don’t know 1% of me.
You know what? You don’t have any clue of how many tears I shed. And you never will.

Ps: Eu escrevi esse texto em inglês de propósito. Revisei e escolhi as palavras com cuidado. E eu não vou traduzir, sinto muito.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu já chorei à noite, atormentada por uma história. Querendo entrar nela, mudá-la, fazer as coisas de um modo diferente. Mas se fosse diferente, não haveria história. Se não fosse triste, não haveria história. E eu não a conheceria, não sofreria, não amaria. Se o amor fosse possível, ele não existiria.

domingo, 13 de março de 2011

Os escritores são cruéis. Eles nos fazem amar... e matam.
E eu sou o que, se eu gostaria de ter esse talento?

"Um nome para o que sou? Importa muito pouco, importa o que eu gostaria de ser." - Clarice Lispector

sexta-feira, 11 de março de 2011

As melhores últimas frases

(ESSE POST PODE CONTER SPOILER, pense bem antes de ler. Eu avisei.)
Vou fazer agora algo que vai totalmente contra os meus princípios literários: contar o final de um livro. Mas o que me consola é que eu não vou contar o final da história. Uma coisa é como o livro acaba – com quais palavras -, outra é contar o que acontece – eles acabam assim, tal personagem faz tal coisa ou fulano morre - isso eu não faço.
Só a terceira é que pode dar um dica.


1. “UMA ÚLTIMA NOTA DE SUA NARRADORA
Os seres humanos me assombram.”

Livro: A Menina Que Roubava Livros
Detalhe: é a Morte “em pessoa” que conta a história – eu pensava que os humanos é que tinham medo da morte.


2. Livro: Eu Sou O Mensageiro
Frase: “Eu não sou o mensageiro. Eu sou a mensagem”

(Pensando se eu devo dizer qual é a mensagem... Não, não vou dizer. Não agora. É bom deixar alguém curioso, tomara que eu consiga.)


3. “Soube então que dedicaria cada minuto que tivéssemos juntos a fazê-la feliz, a reparar o mal que lhe causei e a devolver o que não tinha sabido lhe dar. Essas páginas serão nossa memória, até que seu último suspiro se apague em meus braços e eu a acompanhe mar adentro, onde nasce a corrente, para mergulhar com ela para sempre e poder, enfim, fugir para um lugar onde nem o céu nem o inferno possam nos encontrar, jamais.”



E o bom dessa é que não acaba, a história não tem um fim, e eu imagino o vem depois.
Eu sou o mensageiro também tem muito isso, só que é mais evidente, no final. É muito claro que não vai acabar. Acho que os melhores livros são assim. Os melhores livros não tem fim.

O começo desses livros também são ótimos, mas depois eu conto, afinal, quem liga para o começo? Por que o começo vem antes do final? Aliás, eu gosto muito de histórias que começam com o final.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Verdades não ditas

Por que eu não tenho a coragem de entregar uma folha de papel? É só um pedaço de papel. Mas com as palavras mais duras. Insuportáveis, eu diria. Isso destruiria nossas vidas? Ou elas já estão destruidas e nós que não vemos? E continuamos nos machucando.
Uma simples folha de papel deixaria tudo quebrado entre nós. Quebraria a mentira. Quebraria a parede que oculta a verdade. E o teto cairia sobre as nossas cabeças. Mas não seriam só as nossas cabeças.
Eu deveria ser honesta? Ou isso seria muita bondade? Não, a honestidade pode ser a maneira mais cruel de destruir uma pessoa. Mas os cacos choveriam sobre mim também. E eu posso ser egoísta.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


No momento em que eu li esta frase eu não pensei em outra pessoa senão em J. K. Rowling. É simplesmente perfeita para ela, ou melhor, para nós, fans da série, e da literatura em geral.
Eu quero embarcar no Expresso de Hogwarts e tudo que isso significa...


Acho que é uma bela postagem para ser a primeira do ano.
Feliz Ano Novo!, está só no começo...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cooooooorre!!!



Para quem não sabe, no dia 19 de novembro aconteceu a tão esperada estréia do filme Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte I, sétimo e penúltimo filme da série. Eu nunca esperei tanto por um filme na minha vida.
Combinei com minha prima de irmos ver no dia de estréia, no primeiro horário (12:40), o que quer dizer que teríamos que sair correndo da escola. Nós estudamos em escolas diferentes mas ambas perto de casa (ela é minha vizinha), e saímos no mesmo horário (11:30), o que quer dizer que precisaríamos só nos encontrar em casa e sair correndo para o cinema. Se tivéssemos sorte, chegaríamos em cima da hora.
Chegar em casa da escola e sair correndo para o cinema quer dizer que teria que deixar as coisas prontas no dia anterior. E como eu não poderia lavar o cabelo antes de ir, lavei na noite anterior e fiz uma trança. Fui para a escola com a roupa que eu ia usar, exceto a camiseta da escola, que é obrigatória.
Minha prima falou que naquela sexta-feira não conseguiria se concentrar na escola. Mas comigo não foi bem assim. A primeira aula foi de português, e teve um debate sobre manipulação na TV, que foi muito bom e eu prestei bastante atenção.
Na aula de matemática eu não tive o que fazer porque eu já tinha feito a lição, então fiquei ansiosa, pensando no filme, no livro, e nas noticias que li sobre o filme, no site Somos das Masmorras.
Nas últimas aulas também não tinha o que fazer e eu fiquei só no tédio, sem nem um livro para ler (mas será que eu conseguiria?). Perguntei para uma amiga se eu soltava o cabelo ou deixava com a trança, ela disse para deixar. Era uma trança bonita que eu fiz do lado esquerdo, com algumas mechas soltas, principalmente do lado direito, “milimetricamente desarrumado” como disse o professor de português uma vez sobre o cabelo de um aluno. Eu disse que ia deixar (porque tava bonita mesmo), mas ia acabar soltando, porque não consigo ficar com o cabelo preso muito tempo. Dito e feito, desfiz a trança na metade do filme.
Antes de o sinal tocar eu já estava na porta da sala, esperando, olhando para fora para ver se os outros alunos saíam. Assim que tocou, eu saí direto pro banco, perto da escola, para sacar o dinheiro. Eu só não esperava ter de enfrentar fila... estava pequena, mas só tinha um caixa funcionando.
Sai do banco direto para uma loja onde deixei uma carteira reservada, que eu tinha escolhido no dia anterior. Eu demoro para escolher, então não podia deixar para escolher no dia, e eu realmente precisava de uma.
Fui da loja para uma lanchonete onde comi rapidamente um salgado e um suco, já que eu não teria tempo para almoçar e já estava com muita sede, pois estava um dia quente. Acabei o suco e terminei de comer andando, depressa.
Cheguei em casa correndo, troquei a blusa, escovei os dentes, arrumei os documentos na carteira, peguei minha bolsa e fui chamar minha prima.
“Vamos”
“Deixa eu só trocar o dinheiro”
“Mas já devia estar trocado!” eu falei, fui à casa dela e ela pediu para a mãe trocar o dinheiro. E nós saímos, depois de meio-dia e dez, andando apressadas.
Para ir até o ponto de ônibus nós precisamos descer uma rua que é cruzada no meio por outra, no final da rua vira-se à esquina e o ponto é a alguns passos.
Estávamos andando apressadas comentando a nossa ansiedade pelo filme e o tempo apertado e quando estávamos quase no meio da rua, prestes a atravessar, eu de repente gritei, do nada, “Cooooooorre!!!”, e desci a rua correndo desabalada. A Keyte se assustou e gritou “me espera”, correndo atrás de mim e rindo, e gritei de novo “cooorre”, rindo da minha maluquice. E nós chegamos ao ponto rindo, já tinha duas mulheres lá esperando. Passou um ônibus, mas não era o que nós íamos pegar. E nós continuamos a nos arrumar no ponto de ônibus, passando maquiagem e conversando. Tivemos sorte porque o ônibus só demorou uns 2 minutos. Nós sentamos na frente e terminamos de nos maquiar. (Ah, carteira que eu comprei tem espelho, lógico!)
Passamos pela catraca e esperamos na porta, combinamos de correr assim que a porta abrisse, e ficamos quase grudadas na porta. Assim que o ônibus parou no ponto do Shopping nós saímos e subimos correndo as escadas da entrada e, chegando à porta eu falei “Cheguei primeiro”.
(Mais tarde, andando na frente dela, eu perguntei “Por que eu tô sempre na sua frente?”, e eu mesma respondi “Vai ver é porque eu estou mais ansiosa.” – eu vinha contando os dias para a estréia do filme há meses... “e porque eu venho mais aqui.” Eu vou pouco ao Shopping mas ainda vou mais do que ela (acho), e quase sempre faço o mesmo caminho, para comprar chocolate e ver a livraria, satisfazendo meus dois vícios deliciosos.)
Nós entramos e fomos à primeira escada rolante. Eu nunca subo os degraus da escada rolante, mas é óbvio que desta vez eu não ia deixá-la fazer o trabalho sozinha. Nós subimos correndo, mas no meio da escada havia apenas um casal, e o cara tava segurando o corrimão dos dois lados, tampando a passagem. A Keyte olhou para mim tipo “e agora?”, eu estava na frente, cutuquei o cara e pedi licença, ele tirou o braço rapidamente e nós saímos correndo. O cinema fica no último andar, e para subir a próxima escada rolante teríamos que dar uma voltinha. Mas perto à primeira escada rolante tem uma série de escadas normais que dão voltas para subir aos próximos andares. Eu nunca subo aquelas, se posso evitar, mas olhei para a Keyte e perguntei “vamos por aqui?” e ela concordou. Subimos correndo, por mais que estivesse calor. Demos voltas e voltas e... subimos um andar a mais, então descemos mais rápido do que subimos, e saímos em direção à escada rolante que dava acesso à praça de alimentação, e de lá para a próxima escada que dá acesso aos cinemas.
Quando chegamos não tinha ninguém na fila da bilheteria. Terminamos de comprar os ingressos às 12:39, e a Keyte queria comprar pipoca e refrigerante, mas eu disse que não tinha tempo (Na verdade, eu nunca fiz tanta questão de comer pipoca assistindo filme, eu levei Bis Limão e “droguinha”- um doce chamado alcaçuz – e nós comemos durante o filme). Mas eu estava morrendo de sede, perguntei onde tinha bebedouro e, para meu desespero, era do lado oposto à sala do filme. A Keyte foi para a sala e eu corri para beber água, depois corri para a sala. Havia pouquíssimas pessoas apenas da metade para o fundo da sala, mas eu não vi a Keyte. Procurei-a enquanto passavam os avisos e então me sentei no meio de uma fileira do meio, de onde tinha uma ótima visão e era a primeira fileira ocupada, apenas por dois garotos ao final. Estava perto da entrada e Keyte poderia me ver quando entrasse. Ela perdeu só o comecinho do filme e me viu assim que entrou. Disse que estava espiando a sala onde estava passsando legendado, e estava na cena em que o Fred vê o Harry e a Gina se beijando. Eu narrei pra ela a primeira cena, que era o ministro comunicando à imprensa que são tempos de trevas e blábláblá, mas que o ministério continua forte... e já emenda com a Hermione lendo o jornal no quarto dela na casa dos pais.
Eu fiquei tão feliz de terem adicionado essa cena da Hermione alterando a memória dos pais, ficou tão perfeita, ela sumindo das fotos da família... eu me arrepiei.
Eu e a Keyte falamos o filme todo, baixinho, é claro, comentando cada cena e comparando com o livro – nós duas lemos em julho, e eu reli esse depois que li todos, porque o último livro foi o primeiro que eu li.
Eu não quero falar muito do filme agora porque é muita coisa, mas a primeira vez que eu chorei foi engraçada.
A primeira vez que eu chorei foi depois da briga do Rony com o Harry. É uma cena bem tensa e triste. A Keyte falou “Ah, eu tô quase chorando”, e deu pra ver os olhos dela brilhando, mas ela olhou para mim e eu já estava chorando, e eu ri, ela também.
Nós choramos rios com a morte do Dobby. A cena foi tão linda. Eu não agüentei ele dizendo “Que lugar mais lindo para estar com os amigos... Dobby está feliz por estar com seu amigo... Harry Potter.”

Eu queria ficar no cinema até os créditos acabarem, mas todo mundo saiu logo e a Keyte ficou me apressando, praticamente me arrastou para fora.
A claridade machucou meus olhos chorosos quando saímos, e nós fomos beber água retocar a maquiagem.
Depois eu mostrei a ela uma loja com objetos de decoração em que haviam corujas. Nós entramos na loja e vimos umas pequenas, tinha daquelas com arame para encaixar uma foto e as outras eram só para enfeite. Eu peguei uma e falei “olha que fofa, ta em cima de um livro”, tinha também um diploma na mão e um chapéu. Ela disse “ai, que linda, vamos comprar?” “Vamos. Iguais ou diferentes?” “Iguais”. E nós levamos de lembrança da estréia. Tinha tudo a ver, principalmente porque estava em cima de um livro, e o pergaminho enrolado – eles só usam pergaminho - e o chapéu de formando – em Hogwarts eles se formam no sétimo ano, e embora o trio principal não estivesse em Hogwarts, esse é o sétimo ano.
Quando fomos pagar a moça perguntou “embrulha pra presente?”, eu gostei da idéia e respondi “embrulha”. A moça disse “50 centavos a mais”, minha expressão mudou e eu disse “Ah, então deixa... era pra mim”. Tinha quatro pessoas na loja e todas riram, inclusive eu.
A minha corujinha está dentro do meu guarda-roupa, para meu irmão não inventar de quebrar.
Depois nós fomos à livraria, aos sebos e à biblioteca, e ela ficou com raiva de mim por arrastá-la para tantos lugares, e ameaçou me matar. E completou dizendo "Eu ainda não posso te matar, hoje não. Porque eu não posso ser presa antes de ver a Parte II" e eu respondi "E eu não posso morrer antes do fim."

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ele viu meu rosto no escuro (por mais que eu tentasse escondê-lo com os cabelos) e percebeu que algo estava errado.
"Tá tudo bem?" perguntou.
Fiquei calada. Não podia e não queria mentir. Ele esperou. Eu balancei levemente a cabeça. "O que foi?" Novamente, eu não queria mentir. É tanta coisa... E não é só por hoje, embora o que eu tenha ouvido tenha sido bastante forte. E, ao invés de "nada", falei "tudo", bem baixinho, um pouco mais verdadeiro.
"Você quer falar?"
"Não" - murmurei.
"Depois você quer?"
"Não sei."
Ele esperou um momento e perguntou: "Não é nada físico, é?"
"Não" - definitivamente, não era físico.
"Amanhã a gente conversa... Boa noite"
"Boa noite."
No dia seguinte, não houve tempo para conversarmos. Melhor assim.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ele me viu chorando
Mas é tão difícil dizer...
Não quero que ele saiba
Porque eu o amo demais.
Sei que estará sempre aqui
Que será sempre amigo
Mas por estar tão perto
É ainda mais difícil.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para quem sabe o que é arte


É péssimo ter que ouvir "aquilo foi uma droga!" sobre algo que eu fiz de coração e me entreguei de corpo e alma por vontade própria. E ter de ouvir uma pessoa estúpida e abissalmente ignorante chamar minha arte de lixo...
Depois de todo esse tempo, tais comentários não me fazem mais querer chorar desesperadamente, gritar, bater - agora falo o menos possível e procuro manter a calma. No lugar disso, o que eu senti foi um profundo desprezo, misturado de alguma forma com pena e... nojo.
Mas eu encontrei uma saída. E sinto um prazer insano e vingativo em saber que não acabou - muito pelo contrário, está só no começo. Eu consegui escapar silenciosamente e, no entanto, continuo aqui, como se nada tivesse acontecido, como se tivesse me conformado... Essa é a melhor vingança.
Tamanha ignorância, repulsa, desrespeito e desprezo por algo que eu descobri ser tão maravilhoso só fizeram crescer o meu amor, e não matá-lo, apagá-lo, como obviamente era a intensão.
Eu descobri vida, descobri essência real e divina. E pode ser belo e ao mesmo tempo terrível, às vezes. Mas eu vejo e compreendo ambos. E amo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Escriborragia

Estou doente. Estou sofrendo de Escriborragia*.
São outras dores, outras doenças que deixam meu sistema imunológico frágil ao vírus da Escriborragia.
Há males que vêm para o bem. A "Escriboragia" é o resultado positivo de uma equação quase toda negativa.
Como? Não me pergunte. Isso não é sobre matemática.

*palavras que sangram e escorrem pela boca, pelos olhos, pelos poros… pela alma. - Tânia Liberato

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Se deixar a Dança, sinto falta do meu corpo. Se deixar o Teatro, sinto falta da minha alma. Embora ambos eu faça com corpo e alma.

Karol Rocha