quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Olá pessoas, desculpem a demora. Esse texto (abaixo) deveria ter sido postado no dia 20 de novembro (porque é referente ao dia 19). Mas fim de ano é uma correria danada, escola, dança, etc, e agora estou viajando, então não tive tempo para escrever direito, pelo menos, não como eu gostaria.
Desculpe se estiver chato, demorado ou detalhado demais, mas é para eu mesma não esquecer o que aconteceu, e os detalhes são importantes. Também não poderia acabar o ano com 99 postagens sendo que eu ainda tenho coisas a dizer/escrever. Completo agora 100 postagens - com essa são 101. Obrigada por gastar um pouquinho do seu tempo vendo o meu blog.

Eu estou feliz como esse cara:

Cooooooorre!!!



Para quem não sabe, no dia 19 de novembro aconteceu a tão esperada estréia do filme Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte I, sétimo e penúltimo filme da série. Eu nunca esperei tanto por um filme na minha vida.
Combinei com minha prima de irmos ver no dia de estréia, no primeiro horário (12:40), o que quer dizer que teríamos que sair correndo da escola. Nós estudamos em escolas diferentes mas ambas perto de casa (ela é minha vizinha), e saímos no mesmo horário (11:30), o que quer dizer que precisaríamos só nos encontrar em casa e sair correndo para o cinema. Se tivéssemos sorte, chegaríamos em cima da hora.
Chegar em casa da escola e sair correndo para o cinema quer dizer que teria que deixar as coisas prontas no dia anterior. E como eu não poderia lavar o cabelo antes de ir, lavei na noite anterior e fiz uma trança. Fui para a escola com a roupa que eu ia usar, exceto a camiseta da escola, que é obrigatória.
Minha prima falou que naquela sexta-feira não conseguiria se concentrar na escola. Mas comigo não foi bem assim. A primeira aula foi de português, e teve um debate sobre manipulação na TV, que foi muito bom e eu prestei bastante atenção.
Na aula de matemática eu não tive o que fazer porque eu já tinha feito a lição, então fiquei ansiosa, pensando no filme, no livro, e nas noticias que li sobre o filme, no site Somos das Masmorras.
Nas últimas aulas também não tinha o que fazer e eu fiquei só no tédio, sem nem um livro para ler (mas será que eu conseguiria?). Perguntei para uma amiga se eu soltava o cabelo ou deixava com a trança, ela disse para deixar. Era uma trança bonita que eu fiz do lado esquerdo, com algumas mechas soltas, principalmente do lado direito, “milimetricamente desarrumado” como disse o professor de português uma vez sobre o cabelo de um aluno. Eu disse que ia deixar (porque tava bonita mesmo), mas ia acabar soltando, porque não consigo ficar com o cabelo preso muito tempo. Dito e feito, desfiz a trança na metade do filme.
Antes de o sinal tocar eu já estava na porta da sala, esperando, olhando para fora para ver se os outros alunos saíam. Assim que tocou, eu saí direto pro banco, perto da escola, para sacar o dinheiro. Eu só não esperava ter de enfrentar fila... estava pequena, mas só tinha um caixa funcionando.
Sai do banco direto para uma loja onde deixei uma carteira reservada, que eu tinha escolhido no dia anterior. Eu demoro para escolher, então não podia deixar para escolher no dia, e eu realmente precisava de uma.
Fui da loja para uma lanchonete onde comi rapidamente um salgado e um suco, já que eu não teria tempo para almoçar e já estava com muita sede, pois estava um dia quente. Acabei o suco e terminei de comer andando, depressa.
Cheguei em casa correndo, troquei a blusa, escovei os dentes, arrumei os documentos na carteira, peguei minha bolsa e fui chamar minha prima.
“Vamos”
“Deixa eu só trocar o dinheiro”
“Mas já devia estar trocado!” eu falei, fui à casa dela e ela pediu para a mãe trocar o dinheiro. E nós saímos, depois de meio-dia e dez, andando apressadas.
Para ir até o ponto de ônibus nós precisamos descer uma rua que é cruzada no meio por outra, no final da rua vira-se à esquina e o ponto é a alguns passos.
Estávamos andando apressadas comentando a nossa ansiedade pelo filme e o tempo apertado e quando estávamos quase no meio da rua, prestes a atravessar, eu de repente gritei, do nada, “Cooooooorre!!!”, e desci a rua correndo desabalada. A Keyte se assustou e gritou “me espera”, correndo atrás de mim e rindo, e gritei de novo “cooorre”, rindo da minha maluquice. E nós chegamos ao ponto rindo, já tinha duas mulheres lá esperando. Passou um ônibus, mas não era o que nós íamos pegar. E nós continuamos a nos arrumar no ponto de ônibus, passando maquiagem e conversando. Tivemos sorte porque o ônibus só demorou uns 2 minutos. Nós sentamos na frente e terminamos de nos maquiar. (Ah, carteira que eu comprei tem espelho, lógico!)
Passamos pela catraca e esperamos na porta, combinamos de correr assim que a porta abrisse, e ficamos quase grudadas na porta. Assim que o ônibus parou no ponto do Shopping nós saímos e subimos correndo as escadas da entrada e, chegando à porta eu falei “Cheguei primeiro”.
(Mais tarde, andando na frente dela, eu perguntei “Por que eu tô sempre na sua frente?”, e eu mesma respondi “Vai ver é porque eu estou mais ansiosa.” – eu vinha contando os dias para a estréia do filme há meses... “e porque eu venho mais aqui.” Eu vou pouco ao Shopping mas ainda vou mais do que ela (acho), e quase sempre faço o mesmo caminho, para comprar chocolate e ver a livraria, satisfazendo meus dois vícios deliciosos.)
Nós entramos e fomos à primeira escada rolante. Eu nunca subo os degraus da escada rolante, mas é óbvio que desta vez eu não ia deixá-la fazer o trabalho sozinha. Nós subimos correndo, mas no meio da escada havia apenas um casal, e o cara tava segurando o corrimão dos dois lados, tampando a passagem. A Keyte olhou para mim tipo “e agora?”, eu estava na frente, cutuquei o cara e pedi licença, ele tirou o braço rapidamente e nós saímos correndo. O cinema fica no último andar, e para subir a próxima escada rolante teríamos que dar uma voltinha. Mas perto à primeira escada rolante tem uma série de escadas normais que dão voltas para subir aos próximos andares. Eu nunca subo aquelas, se posso evitar, mas olhei para a Keyte e perguntei “vamos por aqui?” e ela concordou. Subimos correndo, por mais que estivesse calor. Demos voltas e voltas e... subimos um andar a mais, então descemos mais rápido do que subimos, e saímos em direção à escada rolante que dava acesso à praça de alimentação, e de lá para a próxima escada que dá acesso aos cinemas.
Quando chegamos não tinha ninguém na fila da bilheteria. Terminamos de comprar os ingressos às 12:39, e a Keyte queria comprar pipoca e refrigerante, mas eu disse que não tinha tempo (Na verdade, eu nunca fiz tanta questão de comer pipoca assistindo filme, eu levei Bis Limão e “droguinha”- um doce chamado alcaçuz – e nós comemos durante o filme). Mas eu estava morrendo de sede, perguntei onde tinha bebedouro e, para meu desespero, era do lado oposto à sala do filme. A Keyte foi para a sala e eu corri para beber água, depois corri para a sala. Havia pouquíssimas pessoas apenas da metade para o fundo da sala, mas eu não vi a Keyte. Procurei-a enquanto passavam os avisos e então me sentei no meio de uma fileira do meio, de onde tinha uma ótima visão e era a primeira fileira ocupada, apenas por dois garotos ao final. Estava perto da entrada e Keyte poderia me ver quando entrasse. Ela perdeu só o comecinho do filme e me viu assim que entrou. Disse que estava espiando a sala onde estava passsando legendado, e estava na cena em que o Fred vê o Harry e a Gina se beijando. Eu narrei pra ela a primeira cena, que era o ministro comunicando à imprensa que são tempos de trevas e blábláblá, mas que o ministério continua forte... e já emenda com a Hermione lendo o jornal no quarto dela na casa dos pais.
Eu fiquei tão feliz de terem adicionado essa cena da Hermione alterando a memória dos pais, ficou tão perfeita, ela sumindo das fotos da família... eu me arrepiei.
Eu e a Keyte falamos o filme todo, baixinho, é claro, comentando cada cena e comparando com o livro – nós duas lemos em julho, e eu reli esse depois que li todos, porque o último livro foi o primeiro que eu li.
Eu não quero falar muito do filme agora porque é muita coisa, mas a primeira vez que eu chorei foi engraçada.
A primeira vez que eu chorei foi depois da briga do Rony com o Harry. É uma cena bem tensa e triste. A Keyte falou “Ah, eu tô quase chorando”, e deu pra ver os olhos dela brilhando, mas ela olhou para mim e eu já estava chorando, e eu ri, ela também.
Nós choramos rios com a morte do Dobby. A cena foi tão linda. Eu não agüentei ele dizendo “Que lugar mais lindo para estar com os amigos... Dobby está feliz por estar com seu amigo... Harry Potter.”

Eu queria ficar no cinema até os créditos acabarem, mas todo mundo saiu logo e a Keyte ficou me apressando, praticamente me arrastou para fora.
A claridade machucou meus olhos chorosos quando saímos, e nós fomos beber água retocar a maquiagem.
Depois eu mostrei a ela uma loja com objetos de decoração em que haviam corujas. Nós entramos na loja e vimos umas pequenas, tinha daquelas com arame para encaixar uma foto e as outras eram só para enfeite. Eu peguei uma e falei “olha que fofa, ta em cima de um livro”, tinha também um diploma na mão e um chapéu. Ela disse “ai, que linda, vamos comprar?” “Vamos. Iguais ou diferentes?” “Iguais”. E nós levamos de lembrança da estréia. Tinha tudo a ver, principalmente porque estava em cima de um livro, e o pergaminho enrolado – eles só usam pergaminho - e o chapéu de formando – em Hogwarts eles se formam no sétimo ano, e embora o trio principal não estivesse em Hogwarts, esse é o sétimo ano.
Quando fomos pagar a moça perguntou “embrulha pra presente?”, eu gostei da idéia e respondi “embrulha”. A moça disse “50 centavos a mais”, minha expressão mudou e eu disse “Ah, então deixa... era pra mim”. Tinha quatro pessoas na loja e todas riram, inclusive eu.
A minha corujinha está dentro do meu guarda-roupa, para meu irmão não inventar de quebrar.
Depois nós fomos à livraria, aos sebos e à biblioteca, e ela ficou com raiva de mim por arrastá-la para tantos lugares, e ameaçou me matar. E completou dizendo "Eu ainda não posso te matar, hoje não. Porque eu não posso ser presa antes de ver a Parte II" e eu respondi "E eu não posso morrer antes do fim."